Repente
No Brasil, a tradição medieval ibérica dos trovadores deu origem aos cantadores – ou seja, poetas populares que vão de região em região, com a viola nas costas, para cantar os seus versos. Eles apareceram nas formas da trova gaúcha, do calango (Minas Gerais), do cururu (São Paulo), do samba de roda (Rio de Janeiro) e do repente nordestino. Ao contrário dos outros, este último se caracteriza pelo improviso – os cantadores fazem os versos "de repente", em um desafio com outro cantador. Não importa a beleza da voz ou a afinação – o que vale é o ritmo e a agilidade mental que permita encurralar o oponente apenas com a força do discurso.
A métrica do repente varia, bem como a organização dos versos: temos a sextilha (estrofes de seis versos, em que o primeiro rima com o terceiro e o quinto, o segundo rima com o quarto e o sexto), a septilha (sete versos, em que o primeiro e o terceiro são livres, o segundo rima com o quarto e o sétimo e o quinto rima com o sexto) e variações mais complexas como o martelo, o martelo alagoano, o galope beira-mar e tantas outras. O instrumental desses improvisos cantados também varia: daí que o gênero pode ser subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro ou ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de viola.
Cordéis musicados O repente se insere na tradição literária nordestina do cordel, de histórias contadas em caudalosos versos e publicadas em pequenos folhetos, que são vendidos nas feiras por seus próprios autores. Uma tradição que, por sinal, inspirou clássicos da literatura brasileira, como o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. O repente foi para o Sudeste em meados do século XX, junto com a migração de nordestinos para os grandes capitais. Chegou a São Paulo em 1946 com o alagoano Guriatã de Coqueiro (Augusto Pereira da Silva) e, no Rio, instalou-se na Feira de São Cristóvão.
O gênero se imiscuiu na MPB, sendo usado em trabalhos de artistas tão diversos quanto o cantador Elomar, o roqueiro Raul Seixas e o cantor paraibano Zé Ramalho. Subterraneamente, o repente tradicional, de violeiros-cantadores em duelo, sobreviveu graças a nomes como Oliveira das Panelas (vencedor, em 1997, do 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas), Mocinha da Passira, Valdir Teles, Lourinaldo Vitorino, Sebastião da Silva, Azulão, Miguel Bezerra, Otacílio Batista, Ivanildo Vila Nova, Zé Cândido, Ismael Pereira e Natan Soares. Apontado por alguns como inspirador do rap (rhythm'n'poetry – ritmo e poesia) americano (que nasceu do improviso falado sobre bases musicais alheias), o repente encontrou seus pontos em comum com o gênero importado nos anos 90, em músicas dos grupos recifenses Faces do Subúrbio e Sistema X.
Quem nunca inventou uma brincadeira ou improvisou uma modinha qualquer utilizando
rima? E quem nunca tentou parodiar uma música e sentiu que algumas palavras não cabiam no ritmo? E ainda, quem nunca sentiu dificuldade de organizar as idéias para falar ou escrever sobre determinado assunto? Certamente todos nós já nos flagramos em situações como essas. Imagine, então, artistas que convivem profissionalmente com tais dificuldades.
Provavelmente você já assistiu pessoalmente ou ao menos ouviu falar em Cantadores de
Viola, Violeiros ou Repentistas. Esses artistas são profissionais que lidam diariamente com essas dificuldades há nada menos que dois séculos. É isso mesmo, desde a primeira metade de século XIX a atividade cultural desses artistas desbrava os mais diversos rincões do nosso país. A pesquisadora Verônica Moreira (2005:27) cita Agostinho Nunes da Costa – 1797/1858 – como o repentista pioneiro. A partir daí há uma atividade ininterrupta desses fazedores de arte popular em todo o Brasil, principalmente no Nordeste. Vale ressaltar que no início atuavam essencialmente nas zonas rurais, quando a população do interior nordestino era majoritariamente agrícola.
Ao longo desses dois séculos os repentistas evoluíram numa série de aspectos:
urbanizaram-se, politizaram-se e, na medida do possível, alguns formalizaram os seus
conhecimentos adquiridos como autodidatas, sem, no entanto, perder as suas principais
características. Continuaram utilizando a viola como instrumento de apoio, empregando rima e métrica com rigor. O desafio de dominar tais regras parece ter sido um atrativo tanto para os ouvintes quanto para o surgimento de um número crescente de novos repentistas, contingente multiplicado a cada geração.
Atualmente não há uma estatística exata para a quantidade de repentistas nordestinos.
Contudo, levantamentos superficiais feitos pelas 28 associações de poetas populares afirmam que há de cinco a oito mil em atividade. A maioria desses, no entanto, não exerce o seu labor poético profissionalmente. Canta como hobby ou como complemento de renda, sendo a cantoria ncarada como uma segunda profissão. Outra parcela significante adota a cantoria como primeira profissão, mas exerce outra atividade qualquer para complementar a renda ou simplesmente para preencher o tempo ocioso. Finalmente, há uma minoria que trabalha cotidiano e profissionalmente a cantoria; apresenta programas de rádio, faz cantorias e apresentações, compete nos festivais, etc. Dentre os que se dedicam exclusivamente à cantoria, ainda há os privilegiados, que participam de todos os grandes eventos do gênero, detêm a preferência da maioria dos apologistas, formam opinião e servem de modelo para as gerações que vão surgindo. Esses, sim, conseguem viver com muita dignidade fazendo o que sabem e gostam de fazer.
Apesar de desfrutarem de uma aceitação mais generalizada hoje em dia, os Repentistas
ainda carregam a herança de alguns estereótipos difundidos por vários medalhões da história e da literatura brasileira. Há também aqueles estudiosos que foram/são generosos na definição desses profissionais. Entre os que conceituam Repentista podemos citar Silvio Romero – um dos primeiros –, Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Guilherme Neto, Leonardo Mota, Luis Wilson, Pedro Ribeiro e Orlando Tejo.
Silvio Romero define o repentista como um homem de poucas letras, rústico, sem
conhecimento de gramática ou quase sempre analfabeto; “intérprete fiel dos costumes, das
histórias e do heroísmo de seu povo”. Câmara Cascudo, também o conceitua como errante,analfabeto…, apesar de também nomeálo “representante legítimo de todos os bardos e menestréis”. Para Mota, “são os poetas populares que perambulam pelos sertões, cantando versos próprios e alheios”. Wilson dá ênfase, de maneira muito negativa, à falta de musicalidade dos Repentistas.
Entre os que conceituam de maneira positiva, Barroso eleva filosoficamente a imagem
dos poetas populares, ao afirmar que são “indivíduos cultos ou semicultos”, cuja poesia desce ao povo e se batiza nas águas lustrais do seu oralismo. Neto define os repentistas como “geniais poetas e versejadores do sertão”. Para Ribeiro, são os representantes máximos do repente. Tejo, por sua vez, filosofa ao afirmar que os repentistas constituem imensa legião de “homens que amam, sonham, sofrem e brincam de viver no mundo, pescando estrelas, caçando ilusões, plantando tardes, colhendo auroras, levando a sua imagem sutil e profunda, tímida e vigorosa ao povo ávido de poesia que os ouve embevecido”. E como essas poesias são compostas? Absolutamente de improviso, de repente. É por essa característica fundamental que o termo “Repentista” caracteriza melhor esses profissionais do que “Cantador” e “Violeiro”. Os improvisos são sempre compostos obedecendo a um conjunto de regras fixas e obrigatórias, tais como: rima, métrica e oração. Como se não bastasse o rigor estabelecido para a composição, ainda há outros elementos que complicam (ou ajudam?) nesse processo. O tempo é um deles. Cada repentista tem, em média, de cinco a dez segundos (tempo em que o parceiro canta a sua estrofe) para organizar as idéias e em seguida apresentálas, cantando no tom e no ritmo da viola. Além disso, a apresentação – seja no rádio, no pédeparede, na rua, no festival ou na TV – é sempre acompanhada por um público exigente que conhece, mesmo que superficialmente, essas técnicas.
Vejamos a rapidez com que o repentista Louro Branco, cearense que reside em Santa
Cruz do Capibaribe – PE, compôs uma estrofe numa cantoria em que o ambiente estava
enfeitado com decoração junina. Louro começava dizendo:
Provavelmente você já assistiu pessoalmente ou ao menos ouviu falar em Cantadores de
Viola, Violeiros ou Repentistas. Esses artistas são profissionais que lidam diariamente com essas dificuldades há nada menos que dois séculos. É isso mesmo, desde a primeira metade de século XIX a atividade cultural desses artistas desbrava os mais diversos rincões do nosso país. A pesquisadora Verônica Moreira (2005:27) cita Agostinho Nunes da Costa – 1797/1858 – como o repentista pioneiro. A partir daí há uma atividade ininterrupta desses fazedores de arte popular em todo o Brasil, principalmente no Nordeste. Vale ressaltar que no início atuavam essencialmente nas zonas rurais, quando a população do interior nordestino era majoritariamente agrícola.
Ao longo desses dois séculos os repentistas evoluíram numa série de aspectos:
urbanizaram-se, politizaram-se e, na medida do possível, alguns formalizaram os seus
conhecimentos adquiridos como autodidatas, sem, no entanto, perder as suas principais
características. Continuaram utilizando a viola como instrumento de apoio, empregando rima e métrica com rigor. O desafio de dominar tais regras parece ter sido um atrativo tanto para os ouvintes quanto para o surgimento de um número crescente de novos repentistas, contingente multiplicado a cada geração.
Atualmente não há uma estatística exata para a quantidade de repentistas nordestinos.
Contudo, levantamentos superficiais feitos pelas 28 associações de poetas populares afirmam que há de cinco a oito mil em atividade. A maioria desses, no entanto, não exerce o seu labor poético profissionalmente. Canta como hobby ou como complemento de renda, sendo a cantoria ncarada como uma segunda profissão. Outra parcela significante adota a cantoria como primeira profissão, mas exerce outra atividade qualquer para complementar a renda ou simplesmente para preencher o tempo ocioso. Finalmente, há uma minoria que trabalha cotidiano e profissionalmente a cantoria; apresenta programas de rádio, faz cantorias e apresentações, compete nos festivais, etc. Dentre os que se dedicam exclusivamente à cantoria, ainda há os privilegiados, que participam de todos os grandes eventos do gênero, detêm a preferência da maioria dos apologistas, formam opinião e servem de modelo para as gerações que vão surgindo. Esses, sim, conseguem viver com muita dignidade fazendo o que sabem e gostam de fazer.
Apesar de desfrutarem de uma aceitação mais generalizada hoje em dia, os Repentistas
ainda carregam a herança de alguns estereótipos difundidos por vários medalhões da história e da literatura brasileira. Há também aqueles estudiosos que foram/são generosos na definição desses profissionais. Entre os que conceituam Repentista podemos citar Silvio Romero – um dos primeiros –, Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Guilherme Neto, Leonardo Mota, Luis Wilson, Pedro Ribeiro e Orlando Tejo.
Silvio Romero define o repentista como um homem de poucas letras, rústico, sem
conhecimento de gramática ou quase sempre analfabeto; “intérprete fiel dos costumes, das
histórias e do heroísmo de seu povo”. Câmara Cascudo, também o conceitua como errante,analfabeto…, apesar de também nomeálo “representante legítimo de todos os bardos e menestréis”. Para Mota, “são os poetas populares que perambulam pelos sertões, cantando versos próprios e alheios”. Wilson dá ênfase, de maneira muito negativa, à falta de musicalidade dos Repentistas.
Entre os que conceituam de maneira positiva, Barroso eleva filosoficamente a imagem
dos poetas populares, ao afirmar que são “indivíduos cultos ou semicultos”, cuja poesia desce ao povo e se batiza nas águas lustrais do seu oralismo. Neto define os repentistas como “geniais poetas e versejadores do sertão”. Para Ribeiro, são os representantes máximos do repente. Tejo, por sua vez, filosofa ao afirmar que os repentistas constituem imensa legião de “homens que amam, sonham, sofrem e brincam de viver no mundo, pescando estrelas, caçando ilusões, plantando tardes, colhendo auroras, levando a sua imagem sutil e profunda, tímida e vigorosa ao povo ávido de poesia que os ouve embevecido”. E como essas poesias são compostas? Absolutamente de improviso, de repente. É por essa característica fundamental que o termo “Repentista” caracteriza melhor esses profissionais do que “Cantador” e “Violeiro”. Os improvisos são sempre compostos obedecendo a um conjunto de regras fixas e obrigatórias, tais como: rima, métrica e oração. Como se não bastasse o rigor estabelecido para a composição, ainda há outros elementos que complicam (ou ajudam?) nesse processo. O tempo é um deles. Cada repentista tem, em média, de cinco a dez segundos (tempo em que o parceiro canta a sua estrofe) para organizar as idéias e em seguida apresentálas, cantando no tom e no ritmo da viola. Além disso, a apresentação – seja no rádio, no pédeparede, na rua, no festival ou na TV – é sempre acompanhada por um público exigente que conhece, mesmo que superficialmente, essas técnicas.
Vejamos a rapidez com que o repentista Louro Branco, cearense que reside em Santa
Cruz do Capibaribe – PE, compôs uma estrofe numa cantoria em que o ambiente estava
enfeitado com decoração junina. Louro começava dizendo:
Nessa nossa cantoria
Quero que paga aconteça
Quero que paga aconteça
Nesse momento um cordão que sustentava as bandeirolas quebrou e caiu na cabeça do
poeta, que segurou o cordão; em seguida mais cordão caindo e ele pegando, ao que disse na continuação da estrofe:
poeta, que segurou o cordão; em seguida mais cordão caindo e ele pegando, ao que disse na continuação da estrofe:
Quebrouse agora um cordão
Caiu na minha cabeça
É caindo e eu pegando
Se tem cordão apareça
Caiu na minha cabeça
É caindo e eu pegando
Se tem cordão apareça
A quebra da coerência entre o começo da estrofe e os quatro versos finais se justifica pela narrativa do fato momentâneo, de maneira poética e bemhumorada, seguindo rigorosamente a métrica e a rima.
A rima é um critério adotado também por outros poetas, compositores etc., mas no caso
dos repentistas há um rigor que não existe nos demais. Enquanto é mais comum nas outras composições a utilização da rima apenas sonora, exata ou não, os repentistas adotam a rimagráfica, ou seja, Pará rima com, cá, babá, mas não rima com cantar nem com ar, mesmo que o r final dessas palavras não apareça na pronúncia. Apesar desse rigor, a rima é considerada o item mais simples dos três obrigatórios na cantoria.
A métrica é outro item indispensável principalmente para a manutenção do ritmo em
qualquer modalidade musical. Para os repentistas, além do rigor silábico, sete, dez ou onze
sílabas poéticas, entra em cena uma regra que faz toda a diferença: a tonicidade, isto é, não basta um verso em decassílabo ter dez sílabas, estas deverão estar dispostas de modo que a terceira, a sexta e a décima sejam tônicas. Teoricamente parece muito complicado e, de fato, não é simples, mas assim como a rima a métrica se torna algo de certa forma automatizado. Vejamos um exemplo de tonicidade numa estrofe em decassílabo:
A rima é um critério adotado também por outros poetas, compositores etc., mas no caso
dos repentistas há um rigor que não existe nos demais. Enquanto é mais comum nas outras composições a utilização da rima apenas sonora, exata ou não, os repentistas adotam a rimagráfica, ou seja, Pará rima com, cá, babá, mas não rima com cantar nem com ar, mesmo que o r final dessas palavras não apareça na pronúncia. Apesar desse rigor, a rima é considerada o item mais simples dos três obrigatórios na cantoria.
A métrica é outro item indispensável principalmente para a manutenção do ritmo em
qualquer modalidade musical. Para os repentistas, além do rigor silábico, sete, dez ou onze
sílabas poéticas, entra em cena uma regra que faz toda a diferença: a tonicidade, isto é, não basta um verso em decassílabo ter dez sílabas, estas deverão estar dispostas de modo que a terceira, a sexta e a décima sejam tônicas. Teoricamente parece muito complicado e, de fato, não é simples, mas assim como a rima a métrica se torna algo de certa forma automatizado. Vejamos um exemplo de tonicidade numa estrofe em decassílabo:
A estrofe que eu canto chega plena
Da tristeza da roupa da viúva
São José e são Pedro dando chuva
Santo Antonio e são João roubando a cena
O festejo das noites de novena
As imagens na mesa, o som do hino
O terreiro enfeitado de menino
E o foguete explodindo no espaço
O repente que eu canto é um pedaço
Da história do povo nordestino
Da tristeza da roupa da viúva
São José e são Pedro dando chuva
Santo Antonio e são João roubando a cena
O festejo das noites de novena
As imagens na mesa, o som do hino
O terreiro enfeitado de menino
E o foguete explodindo no espaço
O repente que eu canto é um pedaço
Da história do povo nordestino
(Edmilson Ferreira-Repentista e professor)
Sublinhamos as sílabas poéticas, que nem sempre coincidem com as sílabas gramaticais.
A contagem das sílabas poéticas finda na última sílaba tônica da palavra.
E a oração, qual a sua importância? Este é o item mais complicado, minucioso e,
portanto, mais difícil. Tratase da obediência ao tema e o aprofundamento da abordagem feita. Claro que trabalhar qualquer tema de maneira consistente é algo que apresenta considerável grau de dificuldade até em prosa, como acontece, por exemplo, numa redação de vestibular. Imagine, então, em verso, em que há limite de palavras, quantidade fixa de sílabas, rimas, etc.
Como a variedade de temas é enorme, a quantidade de informações é cada vez maior e a capacidade crítica dos ouvintes tem se aperfeiçoado, é também crescente a necessidade de aperfeiçoamento técnico e ampliação dos conhecimentos por parte dos repentistas, para que continuem correspondendo à curiosidade dos ouvintes e às expectativas do mercado cultural. Pois é, o que para muitos pode parecer algo descomprometido com o rebuscamento técnico obedece, sim, a uma série de normas inflexíveis.
A contagem das sílabas poéticas finda na última sílaba tônica da palavra.
E a oração, qual a sua importância? Este é o item mais complicado, minucioso e,
portanto, mais difícil. Tratase da obediência ao tema e o aprofundamento da abordagem feita. Claro que trabalhar qualquer tema de maneira consistente é algo que apresenta considerável grau de dificuldade até em prosa, como acontece, por exemplo, numa redação de vestibular. Imagine, então, em verso, em que há limite de palavras, quantidade fixa de sílabas, rimas, etc.
Como a variedade de temas é enorme, a quantidade de informações é cada vez maior e a capacidade crítica dos ouvintes tem se aperfeiçoado, é também crescente a necessidade de aperfeiçoamento técnico e ampliação dos conhecimentos por parte dos repentistas, para que continuem correspondendo à curiosidade dos ouvintes e às expectativas do mercado cultural. Pois é, o que para muitos pode parecer algo descomprometido com o rebuscamento técnico obedece, sim, a uma série de normas inflexíveis.
Texto- Edmilson Ferreira