segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Zé Vicente da Paraíba



    

Há 11 anos escrevi os versos abaixo quando do aniversário do meu pai, poeta Zé Vicente da Paraíba, que hoje, 07 de agosto, estaria completando 91 anos. À época, impossibilitado pela distância, não pude comparecer ao evento em sua homenagem que foi uma cantoria no Clube Altinense com os poetas João Lourenço e Sebastião da Silva. Mandei então um e-mail para o poeta José Severino Damasceno (Diu) que, com o seu talento, declamou no palco:

HOMENAGEM A ZÉ VICENTE DA PARAÍBA

(Pelos seus 80 anos)

São oitenta janeiros completados
Que o Filho das Musas comemora,
Há sessenta, a Paraíba sente e chora
Por seu filho animar outros Estados.
Pernambuco de artistas consagrados
Como o Rei do Baião e Dominguinhos,
Adotou este filho de Pocinhos
Aumentando o seu acervo cultural,
Que em sua caminhada magistral
Se propôs a abrir novos caminhos.

Já cantou com diversos cantadores
Como Pinto de Monteiro e Zé Limeira,
Ivanildo Vilanova e Oliveira,
Que imita o agudo dos tenores.
É herdeiro dos poetas-trovadores,
Um discípulo fiel dos menestréis,
Remador incansável das galés
Que singraram este mar da poesia,
Detentor da essência e da magia
Dos poemas escritos nos cordéis.

O primeiro poeta popular
A gravar um LP neste País,
Com o intuito de mostrar esta raiz
Da Cultura que já era secular.
Sua arte, a viola, o seu cantar,
Seus momentos de auge, fama e glória,
Talvez muitos nem guardem na memória,
Pois artista quando velho é desprezado,
Mas garanto que está tudo registrado
Nos anais culturais da nossa História!

“Quanto é Grande o Autor da Natureza”,
Sua letra mais cantada e conhecida,
Regravada várias vezes e defendida
Por artistas de renome e de grandeza.
Sua mente, eu afirmo, é a represa
Que acumula o que a Musa lhe envia,
Sua voz já não tem a energia,
Mas a pena ainda pesa o mesmo tanto,
Se a poética já não quer sair do canto
Ele faz com que ela saia na grafia

O que tem é a casa e sua “Dina”,
A viola e suas criações platônicas,
Tem dois filhos em terras amazônicas,
Dois vivendo na terra nordestina.
O que bebe é somente “Cajuína”,
O que come é arroz, quase sem sal,
A virtude que tem é ser leal,
O que gosta de dizer é a verdade,
O que ama demais é a cidade
Que lhe oferta este Dia Especial.

Obrigado Altinho!

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho-RO, 07/08/2002.

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