Nada além do necessário
É necessário na vida.
Quem pega um peixe graúdo
Pra família alimentar
Deve devolver ao mar
O peixe novo e miúdo
A rede que arrasta tudo
Deve ser apreendida
E no rio, proibida
Da nascente ao estuário
Nada além do necessário
É necessário na vida.
(Gregório Filomeno Menezes)
Não precisa no Natal
Pegar dinheiro emprestado
E deixar tudo empenhado
Numa ceia especial
Para sair no jornal
Sua foto colorida
Se a imagem refletida
No fundo diz o contrário
Nada além do necessário
É necessário na vida.
(Wellington Vicente)
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
O Santa Boêmia
O Santa Boêmia-
Grupo criado por Armando Lôbo, atuou no cenário artístico pernambucano de 1992 a 1997, participando ativamente do processo de renovação da música pernambucana nos anos 1990.
Em 1993, lotou um antigo cabaré no Recife Antigo, para uma apresentação que ajudou a deflagrar o processo de revalorização do bairro histórico. Nesse mesmo ano, participou do "Projeto Seis e Meia", realizando show de abertura para espetáculo de Cauby Peixoto, e do evento "Natal Sem Fome", ao lado de Alceu Valença, Chico Buarque, Paulinho da Viola e outras bandas pernambucanas.
No ano seguinte, gravou o clipe "Ciroula" para o carnaval pernambucano, sucesso na programação carnavalesca da TV Jornal do Comercio. Também em 1994, excursionou pelo eixo Rio-São Paulo e foi convidado para fazer o show da "Proclamação da República Independente do Recife Antigo", primeiro evento oficial do projeto de restauração e revitalização do bairro mais antigo da capital pernambucana. Ainda nesse ano, inaugurou a nova Rua do Bom Jesus (antiga Rua dos Judeus), a convite da Prefeitura de Recife.
Em 1995, excursionou pelo Nordeste e foi convidado para fazer o show de comemoração do centenário do poeta pernambucano Ascenso Ferreira.
Produziu e dirigiu, em 1996, um documentário sobre sua música, para veiculação em emissoras locais, e lançou o clipe "A Moda" na programação da MTV, vindo a dissolver-se ao final do ano.
Seus componentes-
Armando Lôbo, René Bensoussan, Igor Medeiros, Júlio Epifany, Rodrigo Montenegro, Ademir Mima, Alípio Carvalho Neto, Germerson Neto, Jorge Augusto
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Bois que a seca mata.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
(Mote de Geraldo Amâncio)
Semelhante ao cenário de pós-guerra…
Urubus revoando a região
Muitos corpos espalhados pelo chão
Tem rês morta da planície até a serra.
Retirante na estrada ainda erra
Com dois palmos de água numa lata,
Pra comer não sobrou nem a batata
Do umbu que morreu sobre o lajedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Eis o quadro da seca nordestina:
A peitica agourando, bem distante,
Gavião dá um grito e um rasante
Pra cumprir sua missão que é a rapina.
A novena sob a luz da lamparina
Vem pedir solução imediata
E as rezas da boca da beata
Fazem coro com os versos do aedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 09/09/2013
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
(Mote de Geraldo Amâncio)
Semelhante ao cenário de pós-guerra…
Urubus revoando a região
Muitos corpos espalhados pelo chão
Tem rês morta da planície até a serra.
Retirante na estrada ainda erra
Com dois palmos de água numa lata,
Pra comer não sobrou nem a batata
Do umbu que morreu sobre o lajedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Eis o quadro da seca nordestina:
A peitica agourando, bem distante,
Gavião dá um grito e um rasante
Pra cumprir sua missão que é a rapina.
A novena sob a luz da lamparina
Vem pedir solução imediata
E as rezas da boca da beata
Fazem coro com os versos do aedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 09/09/2013
Das caveiras dos bois que a seca mata!
(Mote de Geraldo Amâncio)
Semelhante ao cenário de pós-guerra…
Urubus revoando a região
Muitos corpos espalhados pelo chão
Tem rês morta da planície até a serra.
Retirante na estrada ainda erra
Com dois palmos de água numa lata,
Pra comer não sobrou nem a batata
Do umbu que morreu sobre o lajedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Eis o quadro da seca nordestina:
A peitica agourando, bem distante,
Gavião dá um grito e um rasante
Pra cumprir sua missão que é a rapina.
A novena sob a luz da lamparina
Vem pedir solução imediata
E as rezas da boca da beata
Fazem coro com os versos do aedo.
Quem passar no sertão corre com medo
Das caveiras dos bois que a seca mata!
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 09/09/2013
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
A casa da rabeca
A Casa da Rabeca
-
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Em 21 de abril de 2002, realizando um sonho do mestre Salustiano, foi fundada a Casa da Rabeca do Brasil na cidade Tabajara, em Olinda, um espaço dedicado à preservação da cultura e tradição do Estado. No início, era apenas uma tenda coberta de palhas de coqueiros, coincidentemente a árvore símbolo de Olinda. Funcionava aos domingos e recebia familiares, sanfoneiros, rabequeiros, zabumbeiros, pandeiristas, triangueiros, emboladores de coco, mestres de maracatu, cavalo marinho, cirandeiros e os amigos da Zona da Mata Norte de Pernambuco.
_ Hoje, o espaço é um reduto de artistas populares, com apresentações de forró de rabeca, encontros de cavalo marinho e maracatus, entre outras manifestações do povo. Grandes nomes da nossa música já passaram pelo seu palco, entre eles Santanna, Alcymar Monteiro, Geraldinho Lins, Antonio Carlos Nóbrega, Nadia Maia, Cristina Amaral, Petrúcio Amorim, Mazinho de Arcoverde, Irah Caldeira, Lia de Itamaracá, Território Nordestino, Genival Lacerda e Sirano & Sirino.
O Mestre Salustiano
_ Mestre Salustiano ou Mestre Salu, como é carinhosamente chamado, nasceu em Aliança, Zona da Mata de Pernambuco, ex-cortador de cana de açúcar, filho do grande rabequeiro João Salustiano, onde há cinqüenta anos, dedica-se intensamente à cultura do seu lugar. Começou menino a brincar Maracatu e Cavalo Marinho, e hoje é considerado “Doutor e patrimônio vivo da cultura popular de Pernambuco”. Além de ter recebido em Brasília, a Comenda do Mérito Cultural Brasileiro. Tudo isso se justifica pelo trabalho consistente de preservação e divulgação de manifestações tradicionais. Comandando a “Casa da Rabeca do Brasil, Espaço Ilumiara Zumbi e o Maracatu Piaba de Ouro”. Mestre Salu forma novas gerações com o “Cavalo Marinho, Forró Pé-de-serra, Maracatu, Ciranda, Coco de Roda, Caboclinho, dedicando-se também a confecção de Rabecas.”. Considerado um dos melhores rabequeiros do País, Mestre Salu inspirou artistas como: Antonio Nóbrega, Chico Science Nação Zumbi e Grupo Mestre Ambrósio. O brincante Mestre Salu, na sua carreira artística gravou vários CDs com alguns sucessos conhecidos como: “Sonho da Rabeca, Família Salustiano e as Três Gerações e Cavalo Marinho. Tendo viajado pelas capitais brasileiras, e países como: Cuba, Estados Unidos e França. Um novo espetáculo chamado Mestre Salu e a Rabeca Encantada vêm com repertório inédito, Mestre Salú se inspira no Forró Pé-de-serra, Maracatu de Baque Virado, toadas de Cavalo Marinho e pela primeira vez varias participações especiais: Petrúcio Amorim, Nádia Maia, Ed Carlos, Cezinha do Acordeon e Jerimum de Olinda.
Imagens
Localização
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Em 21 de abril de 2002, realizando um sonho do mestre Salustiano, foi fundada a Casa da Rabeca do Brasil na cidade Tabajara, em Olinda, um espaço dedicado à preservação da cultura e tradição do Estado. No início, era apenas uma tenda coberta de palhas de coqueiros, coincidentemente a árvore símbolo de Olinda. Funcionava aos domingos e recebia familiares, sanfoneiros, rabequeiros, zabumbeiros, pandeiristas, triangueiros, emboladores de coco, mestres de maracatu, cavalo marinho, cirandeiros e os amigos da Zona da Mata Norte de Pernambuco.
_ Hoje, o espaço é um reduto de artistas populares, com apresentações de forró de rabeca, encontros de cavalo marinho e maracatus, entre outras manifestações do povo. Grandes nomes da nossa música já passaram pelo seu palco, entre eles Santanna, Alcymar Monteiro, Geraldinho Lins, Antonio Carlos Nóbrega, Nadia Maia, Cristina Amaral, Petrúcio Amorim, Mazinho de Arcoverde, Irah Caldeira, Lia de Itamaracá, Território Nordestino, Genival Lacerda e Sirano & Sirino.
O Mestre Salustiano
_ Mestre Salustiano ou Mestre Salu, como é carinhosamente chamado, nasceu em Aliança, Zona da Mata de Pernambuco, ex-cortador de cana de açúcar, filho do grande rabequeiro João Salustiano, onde há cinqüenta anos, dedica-se intensamente à cultura do seu lugar. Começou menino a brincar Maracatu e Cavalo Marinho, e hoje é considerado “Doutor e patrimônio vivo da cultura popular de Pernambuco”. Além de ter recebido em Brasília, a Comenda do Mérito Cultural Brasileiro. Tudo isso se justifica pelo trabalho consistente de preservação e divulgação de manifestações tradicionais. Comandando a “Casa da Rabeca do Brasil, Espaço Ilumiara Zumbi e o Maracatu Piaba de Ouro”. Mestre Salu forma novas gerações com o “Cavalo Marinho, Forró Pé-de-serra, Maracatu, Ciranda, Coco de Roda, Caboclinho, dedicando-se também a confecção de Rabecas.”. Considerado um dos melhores rabequeiros do País, Mestre Salu inspirou artistas como: Antonio Nóbrega, Chico Science Nação Zumbi e Grupo Mestre Ambrósio. O brincante Mestre Salu, na sua carreira artística gravou vários CDs com alguns sucessos conhecidos como: “Sonho da Rabeca, Família Salustiano e as Três Gerações e Cavalo Marinho. Tendo viajado pelas capitais brasileiras, e países como: Cuba, Estados Unidos e França. Um novo espetáculo chamado Mestre Salu e a Rabeca Encantada vêm com repertório inédito, Mestre Salú se inspira no Forró Pé-de-serra, Maracatu de Baque Virado, toadas de Cavalo Marinho e pela primeira vez varias participações especiais: Petrúcio Amorim, Nádia Maia, Ed Carlos, Cezinha do Acordeon e Jerimum de Olinda.
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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Reisado
Reisado é uma dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, com que se festeja a véspera e o Dia de Reis. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e dançam. Reisado também é muito conhecido como Folia de Reis.
O Reisado é de origem portuguesa e instalou-se em Sergipe no período colonial. Atualmente, é dançado em qualquer época do ano, os temas de seu enredo, variam de acordo com o local e a época em que são encenados, podem ser: amor, guerra, religião entre outros.
O Reisado se compõe de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre, contramestre, figuras e moleques. Os instrumentos que acompanham o grupo são violão, sanfona,ganzá, zabumba, triângulo e pandeiro.
Origens- Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII(8). Em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis” chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização. Essa manifestação cultural era realizada em toda a Península Ibérica e era comum a ocorrência de doação e recebimento de presentes enquanto eram entoados cantos e danças nas residências da época. Baseado nessa argumentação, a Folia de Reis teria vindo ao Brasil no século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização dos índios e, posteriormente, dos negros escravos.1
Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro que, em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. No estado do Rio de Janeiro, os grupos realizam folias até o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião e padroeiro do Estado.
Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo; essas manifestações festivas estendiam-se até a data consagrada aos Reis Magos, 6 de janeiro. Trata-se de uma tradição originária de Espanhola que ganhou força especialmente no século XIXe mantém-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, dentre outros.
Na cidade de Muqui, sul do Espírito Santo, acontece desde 1950 o Encontro Nacional de Folia de Reis, que reúne cerca de 90 grupos de Folias do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. É o maior e mais antigo encontro de Folias de Reis do país. O evento é organizado pela Secretaria de Cultura do Município e tem data móvel.
Salvador - Bahia
Salvador, terra onde a religiosidade transborda seja através do candomblé ou do catolicismo não poderia faltar no calendário a Festa de Reis que acontece no bairro da Lapinha. Iniciada por um tríduo preparatório, a festa tem o seu ápice no dia 5 de janeiro quando ocorre o desfile dos Ternos de Reis que vêm de diversos locais da cidade. Devidamente armados com fantasias e instrumentos, fazendo representações dos Reis Magos e outras personagens através de música, dança e versos, os ternos encantam a população que enche o Largo da Lapinha e seus arredores. Um dos ternos mais tradicionais é o Rosa Menina que vem do bairro de Pernambués. Fundado em 1945, o terno Rosa Menina é hoje o mais antigo da cidade, tendo a frente Seo Silvano, um dos seus fundadores. A missa principal, celebrada em geral pelo Arcebispo da cidade, acontece na Igreja da Lapinha onde é possível admirar um maravilhoso presépio em tamanho natural. Complementando a festa não poderiam faltar as barracas de comidas, bebidas e jogos que dão o tom profano.
O "Terno" de Reis ou "Folia" de Reis-
No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.
Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes se compõe também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais. Todos se organizam sob a liderança do Mestre da Folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.
As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.
Grupos incrementados-
Uma das formas de sobrevivência da manifestação folclórica, especialmente nas grandes cidades, foi a incorporação nos Ternos de elementos figurativos, com a finalidade de promover apresentações para turistas e para os próprios habitantes.Trazendo alegria para todos.
Integrantes-
- três reis magos: participantes que personificam os reis que visitaram o Menino Jesus, quando ele nasceu: Baltasar, Melquior e Gaspar.
- palhaços: Geralmente dois ou três, que fazem o papel de dançarinos do grupo. Eles tem o costume de se chamar de irmãos e possuem obrigações e proibições específicas (como jamais dançar diante da Bandeira). Eles realizam acrobacias usando um bastão, vestem-se com máscaras, portam um apito com o qual marcam a chegada e a partida da Bandeira. Durante as exibições dos palhaços, os espectadores atiram moedas ao chão, em frente a eles para homenageá-los. Eles, então, alegram-se e brincam entre si, empurrando as moedas com o bastão para que o outro palhaço as colete, aproveitam para instigar o público a jogar mais dinheiro, que eles colocam em sacolas para coleta desses donativos;
- coro: É constituído geralmente por seis pessoas que são, ao mesmo tempo, cantores e instrumentistas o número, todavia, varia de entre as regiões. Cada membro do coro tem sua função.
- mestre ou embaixador: é o principal personagem da folia, ou ainda chefe da folia, porque ele organiza a logística do grupo, o trajeto, horários e os instrumentos, e é o responsável improvisar os versos cantados nas residências. Cabe aos mestres a responsabilidade de manter viva a tradição e se encarregar da transmissão oral dele, como lembra Luís da Câmara Cascudo.2
- bandeireiro ou alferes da bandeira: Tem a função de carregar a bandeira do grupo respeitosamente. Ela é apresentada ao chefe da residência onde a folia passa para receberem os donativos oferecidos pelas famílias.
A Bandeira, chamada de “Doutrina”, é feita de pano brilhante. Nela é colada uma estampa dos Reis Magos. Constitui o elemento sagrado da Companhia e assim é tratada: beijam-na respeitosamente os moradores das casas visitadas, é passada com muita fé sobre as camas da residência e nunca pode ser colocada num lugar menos digno. Esse respeito perdura durante o ano todo, mesmo passada a época de Reis: na casa onde fica guardada, há orações periódicas diante dela. No universo cultural de nosso povo, a Bandeira é a representação dos três Reis; por isso, explicam os Mestres, ela deve ir sempre à frente pelos representantes dos pastores que seguiram os Reis Magos. PORTO, 1982, p. 19
- festeiro: Figura importante pois é, geralmente, de sua residência que os foliões fazem a “tirada da bandeira” e também para onde é feito o retorno ao final do “giro”. Às vezes é utilizada a casa do Mestre para a saída e chegada da banderia ou alguma pessoa, que por motivo de promessa mantem as despesas da folia.
É importante destacar que nas folias não existe a participação feminina conforme indica Porto: Os Reis Magos não trouxeram consigo suas esposas; se os foliões levassem mulher na folia, estariam deturpando o sentido da representação; também, dizem outros, nenhuma mulher visitou o presépio de Jesus; admitir mulher entre os foliões, como participante, seria desviar o sentido da dramatização.
Canções-
Em algumas regiões as canções de Reis são por vezes ininteligíveis, dado o caos sonoro produzido. Isto ocorre quase sempre porque o ritmo ganhou, ao longo do tempo, contornos de origens africanas com fortes batidas e com um clímax de entonação vocal. Contudo, um componente permanece imutável: a canção de chegada, onde o líder (ou Capitão) pede permissão ao dono da casa para entrar, e a canção da despedida, onde a Folia agradece as doações e a acolhida, e se despede.
No Sul de Minas um grupo de Folia de Reis é composto da Bandeira ou Estandarte que é decorado com figuras alusivas ao menino Jesus, ou mesmo com palavras relativas à data. Outro componente importante é o Bastião que se veste de modo característico, mascarado e sempre porta uma espada, este tem a função de folião propriamente dito, levando alegria por onde a folia passa, e como que abrindo caminho para a passagem da Folia que de certa forma representa os próprios Reis Magos. O Bastião tem também a função de citar textos bíblicos e recitar poesias alusivas. Na sequência o grupo de vozes se organiza em Mestre, Ajudante, Contrato, Tipe, Retipe, Contratipe, Tala, ou Finório. Na verdade esses nomes se referem a uma organização das vozes em tons e contratons, durante a cantoria, o que leva a formação de um coro muito agradável aos ouvidos. O Mestre, por sua vez, tem papel especial de iniciar o canto, que é feito em versos e de improviso, agradecendo os donativos da casa visitada. Os outros componentes então repetem os versos, cada qual em sua voz, na cadência definida pelo Mestre, acompanhados pelos instrumentos que tocam.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Compondo sua própria música.
Compondo sua Própria música.
-O trabalho dos compositores de letras de músicas é muito importante. Eles escrevem todos os estilos de música, para diferentes cantores e diferentes tipos de bandas. E sem letras, não haveria músicas, nem cantores e nem bandas. As letras também conseguem expressar os seus sentimentos de forma única.
Começando a Compor suas Próprias Músicas
1
As letras nem sempre precisam ser narrativas ou ter um tema. Concentre-se mais na combinação de melodia, escolha de palavras, sons, progressão do acorde e ritmo. Seja determinado, mas ao mesmo tempo, deixe as idéias fluirem naturalmente. O que for forçado para você vai parecer forçado para os outros também, então é melhor esperar que a inspiração venha até você.
2
Coloque as idéias que forem surgindo no papel ou em um documento de texto no computador. Escreva o quanto sentir vontade até que sinta que a letra está concluída ou pronta para ser guardada para mais tarde. Mesmo que seja só uma palavra ou um simples som, esse pode ser um ótimo começo. Deixe a música ir “desabrochando”. Todo mundo tem o seu próprio estilo. Alguns escrevem deixando as palavras fluírem livremente enquanto outros preferem ter um objetivo específico. Pode-se usar linhas ou não; veja a letra como uma forma de contar o que está acontecendo na sua vida ou como você está se sentindo. Vale também escrever sobre um acontecimento na sua vida ou algo que você queira expressar. Se você conseguir terminar a primeira frase, ela sempre vai levar a mais idéias.
3
Os versos geralmente vem em duas, quatro ou oito linhas. Às vezes vem em três linhas, com a quarta sendo preenchida com uma melodia. Uma composição bem tradicional teria quatro ou cinco versos de quatro linhas cada com um refrão de quatro linhas a cada dois versos. Conseguir escrever pelo menos cinco versos (sendo que não é preciso usar todos eles) e um refrão (ou dois) já é meio caminho andado. Os versos e a melodia são as partes mais importantes do trabalho de um compositor, e podem ser as mais fáceis. Os versos tem normalmente a mesma melodia, assim como o refrão. Depois de acabar o “corpo” da música, você pode incrementá-la com o seu estilo.
4
Escreva os últimos dois versos. Não estamos falando dos dois que irão para o final da letra, mas aqueles que você ainda não conseguiu concluir. Esses são geralmente os mais difíceis de escrever e que foram deixados para depois, e ter a inspiração para completá-los é um desafio até para profissionais experientes. Se você está “empacado”, anote algumas idéias e veja o que consegue fazer a partir delas.
5
Leia o que você escreveu. Qual a impressão geral da música? Ela passa uma história, uma declaração ou uma descrição? Ela convoca a todos para partir para a ação, dá instruções para fazer algo ou é simplesmente um tipo de cumprimento? É sobre filosofia ou sobre reflexões? Será que não faz sentido nenhum mesmo? Ela pode ter vários formatos? Comece mudando as palavras de posição até que se encaixem na letra. Pense em como as pessoas vão interpretar a música e como isso combina com o que você quer transmitir. A posição das vogais e consoantes está boa para você? Há linhas com duplo ou vários sentidos? Há alguma frase que se destaca do resto? Você quer repetir uma linha ou palavra? Lembre-se: a primeira vez em que as pessoas escutam sua música, elas vão prestar mais atenção apenas nas partes que se sobressaem.
6
Escolha o assunto. Exatamente como os compositores mais famosos, você precisa de um tema que é bastante familiar ou importante para você. O tema também pode ser sobre algo do qual o público goste. Pode ser sobre o que você quiser: o fim de um namoro, o seu relacionamento atual, um dia horrível, raiva, religião, uma ilha paradisíaca ou simplesmente nada. Nada mesmo. Quem você quer atingir com a música? Tudo bem escrever qualquer coisa que passe pela sua cabeça, mas experimente um assunto que seria um sucesso para certo tipo de público, e não só para você. Lembre-se: nem sempre a letra precisa passar raiva, depressão ou tristeza. Ela não precisa nem mesmo passar qualquer tipo de emoção. Até uma lista de supermercado pode dar uma boa letra se cair nas mãos da pessoa com talento o suficiente.
7
Use recursos poéticos. Você pode usar a rima ou meia-rima, consonância(harmonia dos sons) ou brincar com as palavras. Por exemplo, “Uma ilha no mar tropical”. A próxima frase teria que ter outra sílaba que terminasse em “al”. E não se esqueça de todas as palavras compridas com “al”. Mas não rime todas as frases a não ser que seja essa a sua intenção artística. Isso faz com que a letra pareça brega e estranha. Uma coisa que ajuda é ter uma “cola” para as rimas. Uma das mais comuns é: ABAB, CDCD, refrão: EFEF, GHGH, JKJK e LMLM.- Eu estava vagando pela madrugada, (A)
- e a vi num vestido fluido, (B)
- ela estava apaixonada, (A')
- mas com o coração partido. (B')
- Aí eu disse,”Venha pros meus braços!" (C)
- Por que você não pára de chorar, (D)
- Ele não faz por você um décimo do que eu faço, (C')
- Chegou a hora de alguém te amar. (D')
- Refrão:
- E eu vou te amar, (E)
- Fazer você esquecer, (E)
- Comigo você vai poder voltar a sonhar, (F)
- E fazer tudo o que ele nunca deixou você fazer. (F') etc...
8
As rimas não precisam terminar com o som exatamente igual.
9
Conte as rimas. Quantas você inseriu na letra? Quantas sílabas há em cada linha? Você quer uma estrutura de sílabas? Agrupe os ritmos e posicione-os em partes parecidas no decorrer da música. Toda primeira e terceita linhas podem ter o mesmo ritmo, e as outras duas, outra melodia.
10
Escreva uma melodia. Vale usar uma escala musical como a escala maior em uma escala pentatônica. Use o "Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si" e misture essas notas pela música. A melodia pode ser algo que simplesmente passou pela sua cabeça ou algo que outra banda compôs. Mas cuidado: não copie uma música já existente ou você pode ser processado por plagiarismo. Se você pretende publicar a música para ganhar dinheiro, verifique antes se não há outras músicas com a progressão do acorde e o ritmo parecidos. O ritmo e a progressão são partes essenciais em uma melodia. Caso você não esteja conseguindo bolar um ritmo ou progressão no momento, tenha paciência. Pode ser que as idéias venham no final, depois de você repassar a letra inteira.
11
Escreva a “oitava central” da melodia. Essa é uma das partes mais difíceis da composição. Ela soa diferente do resto da música e é composta de poucas linhas. Ela tem que ser descolada e divertida.
12
Arranje os acordes. Você pode também combinar os acordes e a partir daí mudar a melodia. Se você tem um acorde C, escreva a linha inteira no C e a terceira linha pode estar no D, E, F, G, A ou B. E faça mais ajustes se quiser; o número de combinações possíveis é infinito.
13
Dê corpo à melodia. Você pode encaixar uma melodia na primeira linha e mudar umas duas notas para o resto das linhas. E depois de conseguir compor um verso completo, use a mesma regra para os outros versos.
14
Escreva uma progressão de acorde. Às vezes você pode conseguir a colaboração de outro músico nessa parte. Você também pode usar uma progressão clássica de blues de 12 compassos ou um, quatro, um, cinco, um. Dá para usar a progressão no começo também.
15
Reescreva. Quem disse que não dá para reescrever o que você compôs? Se você gosta do original, não mexa nele. Mas a maioria dos compositores precisa trabalhar em cima da música para conseguir o ritmo perfeito. Uma boa música pode ser feita em um único rascunho, mas a maioria exige mais tempo e esforço. Até mesmo versos inteiros podem mudar de lugar na letra para que se obtenha consistência no sentido. Dependendo das mudanças, uma letra pode ficar com o significado completamente diferente.
16
Assim que você terminar, pergunte-se qual gênero se encaixa na sua letra: pop, rock, sertaneja, etc. E mesmo que você não saiba tocar um instrumento, você precisa ter em mente como a letra deve ser cantada e como a melodia deve soar.
17
Insira partes na letra dedicadas ao cantor para que ele tenha tempo de respirar. Deixe uma ou duas batidas extras aqui e ali. Fazendo isso você também dá ao ouvinte a chance de entender melhor a composição. Mas essa regra pode ser quebrada por vários motivos.
18
Grave a música. Cante ou peça a um amigo para cantar. A gravação tem que ficar boa. Sinta-se à vontade para colocar uma música de fundo.
19
Toque ao vivo. Experimente pedir para um cantor ou uma banda que esteja perto da sua casa para tocar a sua música. Quanto mais ela for tocada, mais gente vai ficar conhecendo seu trabalho.
20
Boa sorte! Agora é só esperar pra ver se você tem sorte e se sua música será um sucesso. sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Cezzinha
Cezzinha
Cezzar Thomas Silveira
Passeando (como quase sempre) pelas Páginas de algum site pela internet, me deparei com algo interessante: A biografia de Cezzinha do acordeon. Pois é, Comecei vendo sua história e fui me interessando pelo assunto, quando me dei conta, havia lido toda a sua biografia. Gostei e resolvi fazer um resumo e expressar toda minha admiração pela carreira desse que, com certeza, honrará a cultura nordestina e a musicalidade deixada por Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Biografia
Cantor. Compositor. Sanfoneiro. Autodidata, começou a carreira aos 13 anos incentivado pelo pai. Filho de um técnico de TV e de uma dona de casa, tocou nas ruas, nas praças e nos ônibus de Recife para ajudar financeiramente a família.
Dados Artísticos
Começou a tocar na adolescência na Orquestra Sanfônica, em Recife (PE). Na sequência, a convite de Terezinha do Acordeon, realizou uma série de apresentações por todo o estado de Pernambuco. Em um estúdio de Recife, com 14 anos de idade, foi apresentado a Dominguinhos, que, impressionado com seu desempenho, o apadrinhou musicalmente, chegando, inclusive, a abriga-lo em sua casa em São Paulo (SP). A partir de então, passou a apresentar-se ao lado de nomes como Elba Ramalho, Belchior, Antônio Carlos Nóbrega, Geraldo Azevedo, Margareth Menezes, Marinêz, Daniela Mercury, Santanna, Maciel Melo e Jorge de Altinho. Para alguns deles também trabalhou como arranjador posteriormente. Apresentou-se na Rede Globo de Televisão no “Programa do Jô”, ao lado de Genival Lacerda, e no Big Brother Brasil 3, ao lado de Elba Ramalho. Internacionalmente, apresentou-se, como sanfoneiro, no “Brazilian Day”, em Nova Iorque, nos EUA, e em países como Turquia, Itália, Portugal, França e Albânia, acompanhando diferentes artistas em suas respectivas turnês internacionais. Em 2005, apresentou-se na França como representante da cultura regional pernambucana, no “Ano do Brasil na França”. Em 2007, apresentou-se ao lado de Dominguinhos na festa de São João de Caruaru (PE), onde ele foi apresentado pelo mestre sanfoneiro como o novo grande nome do forró. Apresentou-se, na sequência, no “Festival de Jazz” de Garanhuns (PE). Em 2008, lançou seu primeiro CD solo, “Convidando a transbordar”, com a maioria das faixas próprias. Em 2009, trabalhou como arranjador no CD “Balaio de amor”, de Elba Ramalho, com quem manteve relacionamento amoroso. O disco ganhou o prêmio Grammy Latino daquele ano. Em 2010, sua parceria com Nando Cordel “É só você querer” foi gravada por Elba Ramalho e escolhida como trilha sonora da novela “Caras e Bocas”, exibida pela Rede Globo de Televisão. Em 2012, lançou seu segundo álbum, “Porque tem que ser assim”, de forma independente, novamente com faixas próprias, que foram “Um anjo pra cuidar de mim” e “Um romance de novela”, parcerias com Nando Cordel; “Já com saudade”, “Deixa de sofrer”, e “Gostando de mim”, parcerias com Clodo Ferreira; e a faixa-título, “Porque tem que ser assim”, parceria com Chico Pessoa.Obra
Deixa de sofrer (c/ Clodo Ferreira)- Gostando de mim (c/ Clodo Ferreira)
- Já com saudade
- Porque tem que ser assim (c/ Chico Pessoa)
- Um anjo pra cuidar de mim
- Um romance de novela
Discografia
- 2012) Porque tem que ser assim – Independente – CD
- (2008) Convidando a transbordar – Independente - CD
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Uma Altinense de fibra
Alepe Cultural
Evento lançou autobiografia de Carmem NusinovCarmen Nusinov |
Livro Duas Vidas |
Carmen Nusinov no lançamento do livro |
Durante o processo de elaboração da obra, Carmen se reaproximou do pai e conseguiu perdoá-lo. Escrito dez anos após Carmen ter deixado o Brasil, o livro, impresso em Pernambuco, presta uma homenagem à mãe e ao irmão da autora, que morreu aos 8 anos, em decorrência da violência sofrida em casa. “Participar desse projeto é muito importante porque permite mostrar minha obra que trata de problemas enfrentados por muitos brasileiros ”, disse.
O Alepe Cultural é uma iniciativa da Mesa Diretora da Casa e existe há dez anos. A entrada é gratuita e os artistas não cobram cachê. O evento acontece no Pátio do Museu Palácio Joaquim Nabuco, sempre às 18h.
Seu livro Duas Vidas: a face da individualidade entre o Brasil e a América traz detalhes da vida difícil que levava no interior de Pernambuco e a sua adaptação ao estilo do local onde resolveu morar, Maryland, estado na costa oeste dos Estados Unidos. Ela começou trabalhando como doméstica, depois casou e agora tem um filho.
O livro, lançado em abril deste ano na sua terra natal, pela editora Nova Presença, já está à venda pelo site Amazon.com. Ela conta que o interesse pelo tema de violência doméstica tem atraído muita atenção para sua obra. "O livro já está sendo usado como obra de auto-ajuda por profissionais que trabalham na assistência as vítimas", conta orgulhosa de sua contribuição. O livro também está em processo de tradução para o inglês e, recentemente, outra editoria manifestou o interesse em lançar a obra para todo o Brasil.
Duas Vidas começou a ser escrito quando Carmen tinha 15 anos e ainda vivia em um sítio próximo a cidade de Altinho (PE). Na região, eles não tinham acesso a carro ou qualquer tipo de meios de comunicação. A família, composta pelos pais e sete crianças, sendo Carmen uma das mais velhas, lidava com a maneira violenta com que o pai tratava a todos. "A violência física e psicológica foi demais e levou minha mãe ao suicídio", lembra a brasileira.
Além de obrigar a mãe a ter vários filhos, o pai ainda mantinha a todos em cárcere privado. Quando o filho caçula tinha dois meses, a mãe, cansada das humilhações e surras do marido, resolveu acabar com a própria vida. As dificuldades de acesso ao sítio onde eles moravam era tanto que os filhos só conseguiram ajuda médica horas depois, no entanto já era tarde.
Segundo Carmen, não havia pretensão de mostrar a história da família para o público. O projeto era escrever suas memórias e deixar algo para os filhos e sobrinhos para que todos soubessem o que seus pais passaram quando crianças. No entanto, quando enviou o material para que um amigo fizesse o trabalho de correção e edição, ela foi surpreendida com a oferta de publicação.
A história da família ainda é algo muito difícil de ser contado, mas Carmen afirma que escrever o livro ajudou tanto ela como os irmãos a aceitar tudo o que aconteceu. "Nós ainda temos um pouco de revolta, mas já conseguimos desabafar. No entanto, não queremos contato com o homem que nos gerou", afirmou a escritora.
O livro da escritora tem uma página no Facebook www.facebook.com/#!/duasvidaslivroonde Carmen mantém informações sobre os eventos de lançamento da obra na comunidade brasileira nos Estados Unidos.
O Alepe Cultural é uma iniciativa da Mesa Diretora da Casa e existe há dez anos. A entrada é gratuita e os artistas não cobram cachê. O evento acontece no Pátio do Museu Palácio Joaquim Nabuco, sempre às 18h.
Seu livro Duas Vidas: a face da individualidade entre o Brasil e a América traz detalhes da vida difícil que levava no interior de Pernambuco e a sua adaptação ao estilo do local onde resolveu morar, Maryland, estado na costa oeste dos Estados Unidos. Ela começou trabalhando como doméstica, depois casou e agora tem um filho.
O livro, lançado em abril deste ano na sua terra natal, pela editora Nova Presença, já está à venda pelo site Amazon.com. Ela conta que o interesse pelo tema de violência doméstica tem atraído muita atenção para sua obra. "O livro já está sendo usado como obra de auto-ajuda por profissionais que trabalham na assistência as vítimas", conta orgulhosa de sua contribuição. O livro também está em processo de tradução para o inglês e, recentemente, outra editoria manifestou o interesse em lançar a obra para todo o Brasil.
Duas Vidas começou a ser escrito quando Carmen tinha 15 anos e ainda vivia em um sítio próximo a cidade de Altinho (PE). Na região, eles não tinham acesso a carro ou qualquer tipo de meios de comunicação. A família, composta pelos pais e sete crianças, sendo Carmen uma das mais velhas, lidava com a maneira violenta com que o pai tratava a todos. "A violência física e psicológica foi demais e levou minha mãe ao suicídio", lembra a brasileira.
Além de obrigar a mãe a ter vários filhos, o pai ainda mantinha a todos em cárcere privado. Quando o filho caçula tinha dois meses, a mãe, cansada das humilhações e surras do marido, resolveu acabar com a própria vida. As dificuldades de acesso ao sítio onde eles moravam era tanto que os filhos só conseguiram ajuda médica horas depois, no entanto já era tarde.
Segundo Carmen, não havia pretensão de mostrar a história da família para o público. O projeto era escrever suas memórias e deixar algo para os filhos e sobrinhos para que todos soubessem o que seus pais passaram quando crianças. No entanto, quando enviou o material para que um amigo fizesse o trabalho de correção e edição, ela foi surpreendida com a oferta de publicação.
A história da família ainda é algo muito difícil de ser contado, mas Carmen afirma que escrever o livro ajudou tanto ela como os irmãos a aceitar tudo o que aconteceu. "Nós ainda temos um pouco de revolta, mas já conseguimos desabafar. No entanto, não queremos contato com o homem que nos gerou", afirmou a escritora.
O livro da escritora tem uma página no Facebook www.facebook.com/#!/duasvidaslivroonde Carmen mantém informações sobre os eventos de lançamento da obra na comunidade brasileira nos Estados Unidos.
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